terça-feira, 20 de agosto de 2013

Anões

Os anões são os senhores atuais das Terras Congeladas. Para um visitante, ver as enormes construções anãs ao redor das montanhas é ignorar a real capacidade de engenharia desta raça, uma vez que a maior parte da sua civilização se encontre dentro e abaixo delas. Os anões são umas das criaturas responsáveis pelos túneis de cavernas que ligam o Vasto Mundo. Quando eles invadiram o que hoje são as Terras Sombrias, eles vieram por seus pequenos e rápidos navios e derrotaram vários líderes dos orcs. Mas dizem as lendas que os anões só venciam porque chegaram antes pelo subterrâneo, pegando os orcs de surpresa e flanqueados.

Outra realidade que é difícil de perceber é como se misturam sua política com sua cultura e até sua religião. Os anões possui um único grande rei. Este é o descendente direto do maior heroi do povo anão durante os Tempos das Conquistas. Eles afirmam com orgulho que eles inauguraram esse tempos, pois sua grande luta ocorrera ainda contra os dragões brancos, senhores das Terras Congeladas que foram expulsos pelos campeões anões.

Contudo, um cisma ideológico existe há incontáveis séculos:

Os monarquistas são aqueles que acreditam que pelo fato de o sangue que corre na veia rei anão ser o mesmo dos seus antigos herois, ele é dignos de reinar sobre toda a raça, respeitando as tradições e votos de servidão e vassalagem como se fossem votos sagrados. Boa parte destes anões vivem no interior e no subterrâneo das Terras Congeladas - o seu primeiro lar e de onde eles acreditam que não deveriam ter saído.

Os anões aristocratas, por outro lado, não se interessaram neste tipo de cultura: tudo que eles querem é acumular riqueza e patrimônio - sua riqueza é a sua vida, e ter um tesouro significa ser alguém de valor. São grandes e pequenos comerciantes, que fazem comércio com todas as cidadelas anãs dentro e fora das montanhas. Para evitar obrigações políticas e religiosas, a maior parte deles vive à margem da sociedade tradicional: são deles as primeiras construções que um visitante verá quando chega em seu continente.

Já os laicos são igualmente céticos com relação ao seu rei, mas assumem uma postura fortemente ideológica em contraposição. Meritocráticos, eles duvidam que sangue e herança são o suficiente para a manutenção de uma superioridade social. Eles creem que qualquer que seja o anão, para possuir quaisquer que sejam seus bens, deve provar qual é digno de mantê-lo. Em compensação, uma vez que algo lhe pertence, ninguém tem o direito de tentar tirar-lhe à força: ladrões, assassinos e escravocratas são abominados, e seus crimes ocorrem não apenas contra uma pessoa, mas contra a sociedade inteira.

Os laicos podem ter religião, mas dificilmente ela envolverá chamar um rei de deus ou de campeão enquanto da pessoa dele nada se ver de valor. Foram estes os anões que decidiram sair das Terras Congeladas e correr atrás de novas minas para explorar. Eles partiram em direção às Terras Feéricas (na região que viria a se tornar Terras Sombrias). Lá, eles provaram na pele seu próprio argumento: enfrentaram os orcs que já dominavam a região, e mesmo quando venciam, precisavam de muita força para manter cada pedaço de terra. Esta guerra perdura até hoje, mas os anões laicos já têm muito orgulho do que conquistaram.

Há cerca de cem anos, escravos orcs levados para as Terras Selvagens derrubaram seu senhor e dominaram sua Capitania, os humanos não conseguiram tomar de volta o poder, inclusive permitindo que eles conquistassem ainda mais territórios. Os impérios humanos, desesperados, fizeram o Tratado da Forja de Gelo com o rei anão das Terras Congeladas, propondo todo a Capitania seja colônia anã, desde que eles não permitisse que os orcs continuassem sua expansão.

Este Tratado, que poderia ser o passo definitivo para a guerra civil anã, tornara-se na verdade um trunfo nas mãos do rei. Ele emitiu uma ordem que dizia que qualquer indivíduo anão que conseguir tomar um pedaço de terra dos orcs será dono de todo minério encontrado ali, além de ser responsável por extrai-lo. A exigência era de que o território em si ainda fosse uma colônia do reinado anão, e que sua soberania deveria ser reconhecida por aqueles que aceitarem - sequer tributos seriam cobrados. A maioria dos anões laicos ou aristocratas, leais por natureza, eram incapazes de assumir esta responsabilidade sem respeitar a "proposta" do rei. Muitos aceitaram e foram em caravanas contra os orcs, e mais uma vez começaram a conquistar seus próprios territórios, conforme prometido pelo rei. Contudo, há muitos conflitos entre eles, sobre quem tem o direito e como mantê-lo, se é necessário reconhecer a monarquia, entre outros motivos, e a falta de árbitros têm tornado estes conflitos em verdadeiras guerras entre clãs e guildas anãs. Na prática, uma espécie de guerra civil, longe das cavernas das Terras Congeladas.

Agora que Fissuras impedem a comunicação direta entre o rei e sua colônia, e com o novo rei anão assumindo o poder, o futuro destas relações permanece uma incógnita. A única certeza é que o risco de derramamento de sangue anão hoje é maior que de sangue orc.

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